Pra quem os olha sem tempo, vê que o tempo ali parou. Pra quem os vê com brandura... ...vê que o tempo nas molduras também, ali, se quedou. Não mais que uns palmos de chão e uma infindável bravura em mãos fortes pra semear. Proletários campesinos de essência guapa e teatina que se ergueram na labuta dando vida à terra bruta no ciclo de pendoar. Ainda os lembro em preto e branco com rudes feições de campo na altivez dos semblantes. Austeros nas charlas e nos gestos, em ignotos dialetos de sonhos vagos e distantes. São esses retratos que vejo ostentando descendências simplesmente pela estampa. Retentores da nobreza da dinastia campeira, realengos da própria pampa. Linguagens toscas, mas puras... ...palavras duras, mas francas. Muito além de nossos olhos esses que olhamos sem cor, nos alegaram o valor alforriados da ganância. Cá nas plagas que nasci e “adonde” fui forjado, no singular elemento que adentra o fio do arado... ...sacio a fome e a sede na incisão alinhada de ponta a ponta no pasto. É no seio deste solo que a força da florescência dos grãos que vingam alpedo respeita a coerência dos ciclos das florações. Cá nas plagas que resojo meu memorial campechano... ...templa rural e boerana, desbravada com as enxadas, com tropas e arreadores... ...pra sustentar os moirões cravados antes de nós e balizados nos rumos de nosso progenitores. Figurantes transitórios na abreviatura do tempo. Arrieiros itinerantes da cepa em cerne moldado. Avoenga massa empedrada do barro argila das várzeas que nas cheias viraram banhado. É mais que o gene placentado na terra negra dos bretes... ...transcrição patriarcal de relevância ameríndia mapeada nas dobraduras da geografia pampeana. Brasão da têmpera índia codificada no couro de marca em brasa tatuada na flor da pele com fogo. Sim... estes que falo! De crioulismo incrustado no rumo incerto das tropas. Do clã beduíno oriental de mouro sangue patrício na analogia charrua. É minha essência de pátria miscigenada na alma e transcendida no verbo. Razão que toca os sentidos, da simplicidade rural pela empáfia pastoril de potreadas chimarronas mobralesca e ancestral. Mirada adentro sustento meu instinto primitivo, ante à visão que alicerça os pilares do meu povo. Me decifro nesses quadros... ...imutáveis aos costumes e indiferentes no espaço... ...no casco ...no rastro ... na pedra A persistência de sermos... ... verticais e eruditos.