O progresso pediu passagem, Rastro de um novo transporte. Levou na mala a coragem, A alma e o braço forte. No sonho da ferrovia O Rio Grande assim se expandia Olhos voltados pra’o norte. Da Capital à colônia Passo a passo, pau e aço, Surgia sem cerimônia Cortando o tempo e o espaço A estrada para o futuro Buscando um pouso seguro Seja no frio ou mormaço. Passando o Capão das Canoas O verdor da natureza Águas e terras boas E um azul de tal beleza. Sangrando caminho do trem Num talho partiu também As terras da Baronesa. Fazenda Areião do Meio, Baronesa de Gravataí, Por causa do arroio cheio Uma ponte se fez ali. De trem chegou a história, A origem, a trajetória Que nos trouxe até aqui. O riacho Sapucaia Cortava o trilho no meio. Formando banhado e praia Sem passo quando bem cheio. Então num capão de mato Buscou-se o nobre artefato O mais forte e rijo esteio. Esteio de pau de lei, Referência dos passantes Por cima passou o rei, Vagabundos ou viajantes. Ganhando notoriedade Deu o nome então à cidade Partindo o hoje e o antes. O recanto do jacaré, Do quati e da capivara, Trouxe em sua maré Estrada, gente e coivara, Em vez dos caçadores Os primeiros moradores Em pau-a-pique e taquara. “No Esteio do passado Sustentamos o presente!” A raça do antepassado Nas veias de nossa gente, Formou um povo guerreiro Trabalhador e faceiro, Hospitaleiro e valente. Na coroa em teu brasão Autonomia representada A engrenagem é um coração De trabalho, terra amada, E a coluna marcada ao meio Representando o Esteio Sustentando a Pátria Amada. O Esteio do presente Segue o trilho do trem Conduzindo a sua gente Pelo caminho do bem. E abraça o mundo com gosto Sempre que chega o agosto E a Expointer se vem. Hoje, te vejo, Esteio, A capital do progresso. Acolhe calmo em teu seio Sem jamais cobrar ingresso E quando daqui partir A Deus do céu vou pedir Que me permita o regresso. Esteio do meu Rio Grande Do povo alegre e gentil. Não importa por onde ande, Belo torrão varonil, Levarei sempre comigo O teu abraço de amigo, Alicerçando o Brasil.